Venho preparando esse texto faz tempo. Não foi a eliminação na Libertadores ou a derrota ridícula no Campeonato Mundial Gaucho que me motivou. Renato vem brincando com minha paciência faz tempo.
Fui contra sua vinda. Ele não é treinador, nunca foi. Celso Roth por exemplo, é mais treinador que ele.
Quem acompanha futebol sabe como é o Renato treinador. Ele trabalha na base da amizade com os boleiros, na motivação, na relação de confiança dos jogadores na sua pessoa. Costuma dar certo no início, como foi no Vasco e no Fluminense, mas depois a coisa desanda. Suas entrevistas são sempre as mesmas. Quando ganha enaltece suas decisões. Quando empata faz um discurso político e quando perde a culpa é do juiz, da direção que não lhe deu jogadores. Em algumas ocasiões chega a queimar escancaradamente seus jogadores. É aquela história do "eu ganhei, nós empatamos, eles perderam".
Confesso que mesmo sendo contra sua vinda, fiquei emocionado com a chegada dele. É o maior ídolo do clube e estava de volta. Pra começar uma nova história. Agora como treinador. Seu começo foi vacilante. Pegou um time esfacelado e com o vestiário totalmente dividido. Foi tentando arrumar o time em meio aos jogos. Teve seus méritos e uma pitada de sorte. Foi Renato que colocou Lucio na meia. Assim como foi ele que no jogo contra o Fluminense no Engenhão armou o meio campo com Rochemback, SOUZA, Lucio e Douglas. Sim. Souza de volante. Esse foi o primeiro grande sinal da tendência a faceirice do nosso treinador. Então Souza mais uma vez se lesionou, Adilson entrou e se firmou. Era a sorte estando ao lado de Renato. A sorte arrumou o time.
O ano de 2010 acabou e bem. Saimos do rebaixamento e pegamos uma vaga na Libertadores. Renato saiu de férias com o dever cumprido e com o desejo de grande parte da torcida que ele continuasse. Então Portallupi começou a colocar suas asinhas de fora. Pediu 400 mil reais para renovar com o Grêmio. Falou que tinha saudades do Rio de Janeiro. Que era impossível viver em Porto Alegre, ele não conseguia sair do hotel. É isso mesmo. Nosso ídolo, na volta pro seu clube, na volta pra sua terra, foi morar num hotel. A cabeça de Renato nunca esteve aqui, sempre lá.
Começou 2011 indicando seus jogadores de confiança. Gabriel ja estava aí. Vieram Rodolfo, Vinicius Pacheco. Pediu ao Grêmio a compra do Gilson, Clementino e Paulão. E lá estava o clube atentendo os pedidos do seu maior ídolo.
Vinicius Pacheco chegou e teve um problema. Flamengo pediu pra ele retornar ao clube. Grêmio e o time carioca se entenderam e V. Pacheco veio em cima da hora, quase na estréia da pré-Libertadores. Renato foi à publico e falou que não perdoaria a direção do Grêmio caso não conseguissem escrever Pacheco na LA. Como assim não perdoaria? Renato dando ordens aos chefes?
Dátolo foi oferecido ao clube. Renato vetou. E pediu a vinda de Carlos Alberto. Jogador esse que qualquer idiota que acompanha futebol de verdade sabe que não daria certo. Exceto aquele grupo que acha que o que acontece no Play Station e no Football Manager é real. Que ele viria e jogaria muito. Afinal, Renato afirmou que recuperaria o jogador. Que com ele ia dar certo. Sem contar que ele era o imortal do twitter.
Após isso Paulão foi vendido. Uma proposta irrecusável por um jogador que sabemos, é insuficiente ao Grêmio. Teve uma "boa" fase e só. Renato mais uma vez reagiu em público criticando a venda. Teve o episódio Grenal em Rivera e jogos no interior. Renato se negou a treinar o time. Antes havia dito que não viajaria para treinar o time em jogos muito longe no interior do RS. Odone pela primeira vez bateu de frente com o ídolo e afirmou que ele viajaria pra onde fosse. Renato acabou não indo a Rivera, mas andou pelo interior todo.
As coisas dentro de campo não iam bem. Na base do carteiraço e do bruxismo, Renato ia escalando o time. Mesmo sendo óbvio que Gilson e CA não tinham condições de vestir a camiseta do Grêmio. Gabriel indo mal com Mário Fernandes pedindo passagem. Seguia insistindo com a formação com dois centroavantes, seguia não dando chances a Escudero, jogador contratado pela direção e que Renato não queria. Durante uma partida a torcida se cansou de Gilson e começou a vaiar o jogador cada vez que tocava na bola. Renato se virou pra torcida e cobrou silêncio. Na entrevista após o jogo chegou a insinuar que quem ia ao jogo para vaiar, provavelmente não era gremista de verdade. Renato estava abusando de seu status de ídolo.
A insistência com Carlos Alberto chegou ao limite. E a direção gremista decidiu dispensar o "atleta". Perguntado sobre a decisão, Renato atirou: "cobrem da direção, eu não queria". Mais uma vez estava ele lá abusando, batendo de frente com seus patrões.
Em meio a disputa da Libertadores, Renato foi convidado para jogar o mundial de Futevôlei. Obviamente ele não exitou. Deixou o time treinando com o auxiliar e se mandou pro RJ. E a direção assim permitiu.
Houve o episódio Kajuru. Uma ligação do jornalista para Renato perguntando se havia a possibilidade dele sair do Grêmio em meio a LA e ir para o Fluminense. Renato afirmou que sim, mas que era algo só entre os dois. A gravação foi à público. Portallupi ficou sem graça e inventou a história que pensou que era trote. Eu fingi que acreditei, outros acreditaram de verdade.
Se estivesse tudo bem ninguém reclamaria disso. Mas não. Tudo estava mal, está mal. O time dentro de campo é uma bagunça. O que aconteceu no Olimpico contra a Universidad eu nunca tinha visto na história do futebol. Um time com 3 volantes, com o meio mais aberto que ja vi. Laterais subindo ao mesmo tempo. Uma zaga que se viu no 1x1, 2x2 muitas vezes durante o jogo. Uma várzea total. E infelizmente ainda tem torcedores que defendem Renato. Falam do plantel, mas quem o montou? Quem indicou os jogadores? Fui eu?
A existência desses torcedores faz com que Renato apronte tudo isso sabendo que nada acontecerá. Ou será que o Odone vai ter coragem de mandar pra rua o maior ídolo do clube? Passou da hora de separar o que foi Renato como jogador para o Grêmio e o Renato treinador de futebol. Esse não tem moral nenhuma comigo, e é nesse aspecto que ele tem que ser cobrado.
Qual treinador no mundo faz tudo isso que Renato fez e mantém o emprego? Nenhum. Qualquer técnico que bate de frente com seus superiores, que se nega a viajar com o time, que deixa o time pra ir jogar um torneio de sei la o que, seria demitido.
Renato é turista em Porto Alegre. Usa luvas de lã em jogos a noite onde a temperatura ja foi de 20º graus. Ele não quer ficar aqui, mas também não quer largar a mamata. Que outro emprego no mundo te paga 400 mil por mês e tu ainda pode mandar e bater de frente com teu patrão? Que tu pode fazer o que quiser? Nenhum.
Renato é ídolo. Mas não sabe exercer tal status. Ele abusa. Sabe que não será criticado e faz o que bem entender. Isso não é ser ídolo. Renato não sabe ser.
Eu agradeço muito pelos dois gols contra o Hamburgo e por tudo que tu fez como jogador aqui. Agradeço por ter dado a maior alegria do meu clube. Um título que poucos tem. Isso nunca será esquecido, nunca será apagado. Mas chega! Ta na hora de parar.
Peça pra sair Renato. Assim quem sabe a gente possa continuar amigos.
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